23 janeiro, 2007

Déjà Vu (Deja Vu)




Mudar o passado é uma das grandes obsessões do cinema norte-americano. Dos filmes românticos aos cult, passando, claro, pelos de ação, é um tema bastante recorrente. Poucas vezes, no entanto, a viagem no tempo foi explicada com argumentos tão científicos como em Deja Vu. Dobras o espaço-tempo criadas por acidente durante uma experiência com aceleração de partículas, resultando em um “wormhole” - buraco de minhoca – parece conversa de ficção científica barata, mas, incrivelmente, é baseada em teorias reais e aceitas por grandes cabeças da física – incluindo Einstein. Bem, toda a parte “real” do filme acaba por aqui. O resto é a boa e velha diversão da mistura de ação e suspense.

À frente da produção está o diretor e produtor Tony Scott, responsável pelo hit dos anos 80 Top Gun, entre outras produções do gênero. Aqui, um agente federal junta-se a uma equipe de investigação especial, capaz de ver o passado – no caso, o que aconteceu 4 dias e 6 horas atrás. É um tempo curto e imutável, o que revela que o filme não quis levantar questões tecnológicas e preferiu ater-se ao que esse ingrediente poderia acrescentar à ação e ao suspense. Uma boa escolha.

O bom time de atores está à vontade, quase todos em papéis que já fizeram antes: Denzel Washington como o policial inteligente, Jim Caviezel como o pária inteligente, Val Kilmer como o coadjuvante. A novata Paula Patton mostra uma boa desenvoltura, especialmente nas cenas mais tensas com o tarimbado Washington. E o diretor trata de dosar muito bem tudo o que tem à mão – inclusive as novas técnicas de captação e edição – para criar um filme típico das férias.

Claro, todo filme que envolve viagens no tempo terá, em algum momento, um ponto que não encontra explicação, algo que não encaixa, mesmo sob o manto da teoria científica aceita. Mas esse é um detalhe que não deve estragar a sua diversão. Apenas não busque nada na película que não sejam duas horas de distração inocente.

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