15 maio, 2007

Homem Aranha 3 (Spider-Man 3)




Da nova safra de filmes baseados em quadrinhos, a franquia Homem-Aranha é a que obteve maior sucesso. O personagem é um dos preferidos do público adolescente desde seu surgimento, justamente por apresentar características mais “comuns” à do público – Peter Parker começa sua vida de herói como estudante em uma escola pública e morando com os tios em uma casa de classe média-baixa. Neste terceiro filme – supostamente o último com o elenco original, uma tendência apontada nos filmes de heróis da Marvel – o herói passa por sua maior provação: suas duas vidas, a pessoal e a, por assim dizer, profissional, entram em conflito, uma com a outra e cada uma por si.

Os dois primeiros filmes construíram muito bem o personagem, e o tema do terceiro tinha tudo para acompanhar a evolução que se viu, em roteiro e em linguagem, nos outros. Mas não o fez. A junção das várias tramas não combinou bem, tudo aconteceu muito rápido e o esquema ação-drama-ação não funcionou como se esperava.

É interessante dizer que, nos aspectos técnicos, o filme é excelente, incluindo aí as atuações – que foram competentemente acompanhadas pelos novatos na história Topher Grace como Eddie Brocker, Bryce Dallas Howard como Gwen e Thomas Haden Church como Flint Marco. James Franco destaca seu Harry Osborn um pouco mais que nos outros filmes. A única ressalva que se pode fazer é ao exagero na transformação psicológica de Parker ao deixar-se levar pela influência do simbionte que se torna seu uniforme negro. Primeiro, o look emo foi uma interferência totalmente desnecessária, e a velocidade com que aconteceu, como no resto do filme, não permitiu a dramaticidade que a situação na realidade possui.

O filme é divertido, claro, e no final das contas é só isso que se espera dele. Mas, para aqueles um pouquinho mais exigentes, havia muito mais a se trabalhar na história, talvez o suficiente para fazer, ao invés de um, dois filmes com uma duração levemente maior, no velho esquema de continua-exatamente-onde-parou. Enfrentar três inimigos poderosos, além dos próprios problemas pessoais, acabou não sendo um desafio tão grande para o Aranha. Para o público, entretanto, fica uma sensação de que faltou um pouco mais de tempo no forno.

Nenhum comentário: