01 agosto, 2007

Treze Homens e um Novo Segredo (Ocean's Thirteen)




Steven Soderbergh é um experimentador. Sua carreira começou a chamar atenção com o excelente Sexo, Mentiras e Videotape, no não tão distante 1989. De lá para cá, experimentou um pouco de quase tudo: drama, suspense, comédia, terror light, filmes estranhos, misturas de todos esses. Seu currículo é variado nos temas, mas não na qualidade; Soderbergh consegue sempre imprimir sua marca, e é capaz de transformar roteiros bobos ou até chatos em excelentes filmes. Ele foi o primeiro diretor a concorrer simultaneamente a dois Oscar, em 2000, com os ótimos Erin Brocovich e Traffic. Também foi o primeiro a lançar um filme ao mesmo tempo nos cinemas, em DVD e na internet, Bubble. E ele tem um apreço especial por George Clooney, a quem já dirigiu sete vezes. Desse apreço nasceu, um belo dia, o projeto de uma refilmagem, de um filme de roubo dos anos 60 estrelado por Frank Sinatra, entre outros. Desse projeto nasceu Onze Homens e Um Segredo em 2001, uma brincadeira de fazer filme com vários grandes atores. O estúdio, antes de aprovar o projeto, pediu uma contrapartida: caso a brincadeira desse certo, seria feita uma continuação comercial. E assim veio ao mundo, em 2004, Doze Homens.

E agora temos Treze Homens. Uma nova história no velho ambiente dos cassinos de Las Vegas. Saem as mulheres, Julia Roberts e Catherina Zeta-Jones, e entra Ellen Barkin. Ao já grandioso elenco, soma-se Al Pacino. E Soderbergh ainda atrás das câmeras. Tudo pronto para um excelente filme, não fosse a história já um pouco "vencida". Por melhor que seja tudo no filme - e tudo no filme é muito bom, da produção à fotografia, passando pelas atuações sempre competentes - já nos cansamos um pouco dos roubos dessa turma. E não ajuda o fato de que esse esquema de assalto, apesar de até mais elaborado do que os outros, não trazer a surpresa que fecha a trama no final, como ou dois primeiros fizeram.

Continua divertido, sim, mas já não surpreende. Foi bem feito, sim, mas já não tem o mesmo charme. Tem qualidades técnicas elevadas, mas já não apresenta nada novo. Uma situação difícil para um crítico. Afinal, se o filme tivesse qualquer outro nome que não Treze Homens e Outro Segredo, poderia ser considerado muito bom. Mas tem esse nome, e só podemos dar uma nota regular a ele.

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