02 novembro, 2007

Um Verão Para Toda Vida (December Boys)




Vez por outra, no cinema, somos apresentados a uma produção feita especialmente para que lembremos com nostalgia de uma época mágica em que tudo parecia possível. Não raro, tais filmes apresentam algum acontecimento marcante, que é o ponto com o qual compararemos o resto de nossas vidas. Quase sempre narrados pela versão adulta do personagem principal, são frequentemente belos exemplos de bom cinema, ancorados em roteiros poderosos. Um Verão Para Toda Vida preenche todos os requisitos, e merece seu posto entre os bons do gênero.

Um grupo de órfãos são escolhidos para passar as férias de verão - sempre elas - no litoral da Austrália, em uma pequena vila. Esse mote simples é a base para uma maneira profunda e delicada de mostrar, na visão de dois dos órfãos, a passagem para a vida adulta por um, e o reconhecimento da família por outro. O diretor Rod Hardy, que até então quase só havia dirigido produções para a TV, mostra uma mão muito boa para o drama, aproveitando com muita propriedade o belo cenário, o elenco de quase desconhecidos e o roteiro. O filme tem o ritmo e o nível de emoção certo, daqueles que poucos dramas conseguem alcançar.

Entre o elenco de quase desconhecidos há um rosto muito familiar: Daniel Radcliff, o Harry Potter. O segundo jovem mais rico da Inglaterra - perde apenas para o príncipe Harry - sai-se muito bem sem o uniforme de Hogwarts, mostrando que tem bastante talento para ser descoberto. É verdade que seu melhor papel ainda é o do bruxinho no terceiro filme da série, sob a batuta do mexicano Alfonso Cuarón, mas conseguir estar nas telas sem que lembremos de que ele é o eterno Harry Potter é um grande feito. Basta lembrar que outros atores jamais conseguiram sair de seus personagens mais famosos, como Mark Hammil - o Luke Skywalker - e William Shatner - o Capitão Kirk de Jornada nas Estrelas.

Um Verão Para Toda Vida é daquelas produções em que a simplicidade pode fazer com que não chegue a ser aclamado. Mas películas como essa não precisam disso. Alcançando um patamar que o coloca em pé de igualdade com clássicos como Conta Comigo e Lições Para Toda Vida - uma coincidência apenas de "tradução" do título - é um filme que será revisto várias vezes, em várias épocas, e nunca perderá seu charme.

2 comentários:

Cris disse...

Legal, Tiagão, excelente, deu logo vontade de ver!!!

Quero mais!!

Beijão

Raí disse...

Olá, bom gostaria de aprabeniza-lo pelo blog, dizer que sou um fã de Daniel Radcliffe, e ainda não tive oportunidade de ver esse filme, mais gostei muito do que você escreveu.
Abraço a todos. Caso queira seguir meu blog: http://paraalgunsamigos.blogspot.com

É um blog onde posto meus pensamentos sobre amizades e experiências vividas.