23 novembro, 2008

A Mulher do Meu Amigo




Cláudio Torres chamou a atenção do cinema nacional já na sua estréia, com o excelente e histriônico Redentor. Sua segunda investida volta-se para a comédia, com A Mulher do Meu Amigo. Como a maioria das comédias nacionais recentes, é baseada em uma peça de teatro - a principal fonte de inspiração brasileira. Vale-se de um mote muito simples para nos trazer uma história que oferece nada além de diversão.

Quando digo "nada além de diversão", é porque Torres não se preocupou em experimentar linguagens ou criar situações inusitadas. Não é uma comédia inteligente, daquelas que correm o risco de alguns nem entenderem a piada. É uma comédia pastelão, pura e simples. Isso desagradou alguns críticos por aí, especialmente pela força do primeiro filme do diretor. Torres não se apega a detalhes para fazer cinema-entretenimento.

O elenco não é exatamente de primeira, especialmente para o cinema nacional que conta com nomes de peso. Mas aqui também a escolha deveu-se à intenção de levar ao público rostos mais conhecidos. Por isso Marcos Palmeira no papel principal, e Mariana Ximenes como coadjuvante. Eles atuam bem, Marcos com uma performance ligeiramente melhor. Otávio Müller, no papel do amigo, faz as gagues a que já está acostumado. Mas Maria Luiza Mendonça é de longe a melhor presença em cena. No papel justamente da esposa bonita e burra, ela mostra que tem mais base que seus colegas. A participação especial de Antônio Fagundes não chega a impressionar.

Como todo cinéfilo, gosto dos filmes inteligentes, intrigantes, que nos desafiam. Mas, ao contrário da maioria - especialmente dos críticos - não tenho nada contra o cinema diversão. Quando entro na sala para um filme desses, entro desarmado das expectativas maiores que por vezes nutrimos quando escolhemos aquele filme que a maioria dos seus amigos nem sequer ouviu falar. É preciso saber onde se está entrando, e aqui, entre apenas se quiser diversão sem nenhum compromisso. Boas risadas, é tudo que você pode esperar.

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