09 abril, 2010

Como Treinar Seu Dragão (How To Train Your Dragon)




À época do primeiro Shrek, a Dreamworks disputava o posto de melhor estúdio de animação por computador. Essa época já passou – a Pixar deixou todos bem para trás há algum tempo – e agora a Dreamworks luta para ser a melhor depois da Pixar. Como Treinar Seu Dragão é um passo bem dado rumo ao objetivo. Mas para chegar lá eles usaram de alguns artifícios, digamos, não tão legais. De cara, temos uma história que remete a vários roteiros trabalhados e retrabalhados pela Disney – e eventualmente pela própria Pixar: um personagem central deslocado do seu ambiente social encontra o seu “caminho de volta” ao associar-se com um outro personagem que, inicialmente, é justamente o oposto do que o que deveria ser buscado. Parece familiar?

Então vamos para a segunda similaridade, os diretores. A dupla Dean DeBlois e Chris Sanders dirigiu uma das melhores animações da Disney dos últimos anos, Lilo & Stitch. Que, por sinal, usa exatamente o mote acima. E mais: o dragão que o personagem descolado vai treinar lembra, e muito, Stitch. Na fisionomia e também no comportamento. Ok, agora que eu escrevi isso, você que ainda não assistiu, quando assistir, só vai ver o Stitch no meio dos vikings.

Mas, verdade seja dita, temas de animações podem, de forma geral, ser resumidos a três ou quatro motes básicos. Importa mais a forma que o conteúdo. E a forma aqui está, sim, muito boa. O desenho dos personagens é bom, e a qualidade da modelagem é excelente, conferindo personalidade às vastas barbas vikings tanto quanto aos modos adolescentes dos personagens juvenis. As sequências de ação foram bem trabalhadas, e bem moduladas com o drama+comédia característico, em um ritmo que funciona direitinho.

E, além de todos esses aspectos técnicos, há o que realmente importa para o público: é divertido. Bem mais que o médio Monstros x Alienígenas que o antecedeu, e mesmo que o terceiro Shrek. Depois de uma sequência complicada da Dreamworks, em que continuações não funcionaram bem, e novos títulos tampouco, é um alívio para a companhia de Spielberg.

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