18 maio, 2010

Querido John (Dear John)




Nicholas Sparks é um escritor com um pé no cinema. Dos seus 16 romances publicados, metade foram ou estão para ser filmados. Na última adaptação já terminada, A Última Canção, ele arrisca também como roteirista. Sparks escreve bem, com bastante foco nos personagens e gosto pelos conflitos causados por problemas de saúde, psicológicos ou desastres que levem à separação do casal. O tipo de história que costuma das bons dramas no cinema. Assim são Diário de uma Paixão, Noites de Tormenta e Um Amor para Recordar. Querido John chega às salas quase junto com A Última Canção, mas aparentemente partindo para caminhos opostos em trabalho cinematográfico.

Querido John é um drama típico. Estudantes e interessados em cinema conseguem reconhecer facilmente cada parte do roteiro, seguindo cada ato e cada marcação, cada alto e baixo da história. E, por isso mesmo, conseguem reconhecer também uma assustadora perda de ritmo no final do segundo ato, a ponto de podermos praticamente suprimi-lo sem perda. Assustador porque estamos falando do diretor Lasse Hallström, que nos deu os ótimos Regras da Vida e O Vigarista do Ano, e os excelentes Gilbert Grape e Chocolate.

Ele apostou em um elenco variado para Querido John. A mais nova candidata a Namoradinha da América, Amanda Seyfried, está presente. Depois de despontar em Mamma Mia!, começou a aparecer pouco a pouco em cada vez mais filmes. Fez Garota Infernal, este e em breve volta às telonas em Chloe – aqui chamado O Preço da Traição – e em Cartas a Julieta. Alternando entre o doce/inocente e o forte, ela faz sua Savannah andar conforme o ritmo do roteiro – inclusive perdendo-o naquele terceiro quarto. Channin Tatum foi uma escolha quase arriscada para o John do título. Sua atuação pouco treinada casou bem com o papel do militar sisudo e distante, mas cai por terra nas cenas em que tem que demonstrar emoção de fato. A pequena salvação vem de Richard Jenkins como o pai limítrofe, um papel difícil que ele preenche sem esforço. O resultado final é um filme que parece ter sido feito como um passatempo despretensioso para a equipe. E é justamente assim que deve ser assistido.

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