28 novembro, 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1 (Harry Potter and the Deadly Hollows - Part 1)




Quando J.K. Rowling começou a escrever a série de livros do hoje famoso bruxo, talvez não antecipasse o tremendo sucesso que faria. Mas a série igualmente famosa de filmes estava fadada a levar multidões aos cinemas - além de, é claro, muito mais dinheiro para o cofre da autora, hoje a mulher mais rica da Inglaterra, tirando a rainha, claro. Por isso, é uma pena que não se tenha pensado na franquia a longo prazo, para que alguns elementos chave pudessem ser mantidos durante todos os filmes. Eles conseguiram preservar o básico, e muito importante: o elenco. Aliás, é um grande trunfo dos produtores da série que aquelas crianças da primeira parte tenham se desenvolvido em bons atores.

Mas uma parte igualmente importante não teve a mesma atenção, a pessoa que comandaria as produções. Os dois primeiros ficaram sob a batuta do terrivelmente médio Chris Columbus, e já deram um início não tão tecnicamente bom à saga do Harry Potter nos cinemas. Foi apenas no quarto filme, com Alfonso Cuarón, que realmente vimos o potencial da história na telona, mas infelizmente ele ficou apenas para aquele filme, deixando um legado difícil de ser igualado, que dirá superado. Tanto que a quinta parte é considerada por este crítico a mais fraca de todas, e foi justamente o diretor desta, David Yates, que se manteve até o final. Felizmente ele melhorou a mão depois.

Neste primeiro pedaço da última parte, tudo é tensão e expectativa. Não há mais Hogwarts, não há mais tempo para estudos e brincadeiras, agora a coisa é séria. Acrescentaram alguns nomes importantes ao elenco, como Bill Nighy, e trouxeram outros de volta, como John Hurt. Mas nenhum é adequadamente aproveitado, como boa parte do elenco, com atuações apenas boas - mesmo por outros grandes nomes do time como Ralph Fiennes e Helena Bonham-Carter. O único ator que mostra algum crescimento, quem diria, é o fiel escudeiro Rupert Grint. Ainda assim, neste momento tão especial para a série, tudo é médio demais.

Do terrível quinto filme para cá, a coisa melhorou. Mas não chega ainda ao ponto ótimo alcançado por Cuarón no Prisioneiro de Azkaban, o único da série que se pode dizer que é um bom produto cinematográfico. Se por acaso o autor ou autora da próxima grande série literária a ser adaptada para o cinema lê este blog, uma dica valiosa: junte um bom time, começe bem, e o mantenha até o final. Além de ganhar muito dinheiro, terá feito a alegria tanto dos fãs dos livros quanto dos cinéfilos.

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