08 agosto, 2011

Assalto ao Banco Central





Em 2005 o Brasil foi palco de uma operação criminosa única. Mais de 160 milhões de reais em dinheiro vivo foram roubados do Banco Central de Fortaleza, através de um túnel cavado durante três meses ligando uma casa na vizinhança ao cofre do BC. Se alguém tivesse inventado essa história, já poderia valer um filme muito interessante. E os produtores de cinema brasileiros seriam muito desleixados se não transformassem em filme essa impressionante história real.

Sabe-se muito pouco do assalto real, o que dá liberdade para uma história mirabolante quando se pretende fazer ficção usando o fato como base. Nada explica, então, que o filme leve às telas uma operação quase espartana, contando com pouco mais que meia dúzia de bandidos. No momento de conceber o roteiro, havia a opção de tentar uma superprodução brasileira, ou algo mais modesto, com claras consequências de qualidade. Optaram pela segunda opção.

Estruturalmente, o filme é ótimo. Tem um elenco exemplar, contando com talentos do novo cinema nacional como Milhem Cortaz, Gero Camilo, Hermilia Guedes e Vinicius de Oliveira, juntos de nomes de peso como Lima Duarte e Giulia Gam, além de participações especiais do peso de Milton Gonçalves e Antonio Abujamra, todos em atuações bastante competentes. Tem um roteiro bem amarrado, com aqueles detalhes fora de eixo que tornam a história divertida, e tenta fazer um estilo vai e vem no tempo que, embora não tenha ficado excelente, ajudam a manter o ritmo.

Mas, ao que parece, essa história merecia uma superprodução. O defeito da fita é justamente a produção pouco elaborada. Uma pequena aprofundada no roteiro, uma boa dose de outros rostos no bando - sem a necessidade de introduzir características em cada um deles - e já teríamos um filme ainda mais rico e envolvente.

Nenhum comentário: