05 setembro, 2011

Amor a Toda Prova (Crazy Stupid Love)


É bastante possível que um número considerável dos filmes que chegam ao Brasil sejam comédias românticas. Estatisticamente, a maioria é só água com açúcar puro. Um outro bom número é bem fraco, e são bem poucos os que mostram realmente algum potencial, e menos ainda os que merecem a etiqueta de um filme muito bom. Amor a toda prova - uma tradução desnecessária de Crazy Stupid Love - está na faixa dos que mostram potencial.

Dirigido por Glenn Ficarra e John Requa, dupla que antes já havia comandado junto o bom O Golpista do Ano - aquele em que o Rodrigo Santoro faz uma ponta como namorado gay do Jim Carrey - e escrito por Dan Fogelman, que tem várias animações no currículo, incluindo os dois Carros, Bolt e recentemente o muito bom Enrolados. O filme não é todo bom, mas há algumas cenas e diálogos excelentes.

O elenco foi todo muito bem escolhido, começando por Steve Carell no papel principal do, como sempre, cara bonzinho, papel que o ator faz quase de cor. Sua parceira Julianne Moore, talvez por não ter se deixado acostumar com um personagem, ganha de Carell em todas as cenas. Mas ambos perdem para Ryan Gosling, sempre um bom ator em um papel competente - aqui, um conquistador cafajeste moderno. Apenas Emma Stone tem uma atuação fraca, exagerada e destoando do grupo. O elenco “infantil”, com Jonah Bobo e Analeigh Tripton, sai-se muito bem também - entre aspas porque Tripton, apesar de interpretar uma adolescente, já tem 23 anos.

As qualidades que fazem de uma comédia romântica grandiosa são raras. Infelizmente, são abundantes as que a fazem ser bem ruim. Amor a toda prova não chega a alcançar a grandiosidade, mas foge com charme das características ruins. Poderia explorar melhor alguns dos ótimos momentos, mas pelo menos os têm. Vale pela diversão descompromissada.

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