07 setembro, 2011

Os Smurfs (The Smurfs)


Se você viveu em pelo menos um pedaço dos anos 80, você certamente assistiu a pelo menos um episódio dos Smurfs. Se já nasceu nos anos 90 ou depois, ainda assim provavelmente conhece as criaturinhas azuis e sua música repetitiva. Os personagens nasceram em 1958 como personagens de quadrinhos, e ganharam fama na TV durante a década perdida - o último episódio inédito foi ao ar em 1989. Há muito fala-se em um retorno dos Smurfs, e finalmente os boatos viraram realidade. Confesso que fiquei um tanto receoso quando soube que fariam um longa metragem - não é simples transformar episódios de 20 minutos em um filme de 120. E ainda mais quando soube que haveria interação com atores reais, em Nova York.

Saber que a produção contratou Raja Gosnel para a direção tampouco ajudou a melhorar a situação. Seu currículo conta com bobagens como Esqueceram de Mim 3, Vovó Zona e os dois fracos filmes do Scooby Doo. Tudo revelava uma combinação de ingredientes pouco promissora. Só as imagens da modelagem por computador dos seres com três maçãs de altura dava algum alívio.

Mas, no fim das contas, a mistura deu certo. Além da computação gráfica excelente, a história conseguiu unir o charme dos episódios curtos às necessidades de um longa. E, vejam só, esse charme veio justamente do fato dos Smurfs acabarem em Nova York. O início, mostrando a Vila dos Smurfs na Floresta Encantada, gera suspiros de nostalgia nos adultos, e de expectativa nas crianças. Elas são, aliás, o grande público do filme - ao contrário de outros com a mesma origem que tentam agradar os trintões como se eles fossem pequenos. É por isso que Smurfs funcionou no cinema: usou o foco certo e fez um filme infantil simpático e agradável.

Claro, não foge dos clichês do gênero ao colocar o tom moralizante, na figura de um homem preparando-se para ser pai. Neil Patrick Harris, conhecido de diversas séries televisivas, faz seu papel sem exageros. Jayma Mays, seu par, já perde levemente a mão e não resiste à fofura azul. Hank Azaria, a quem coube o vilão Gargamel, estudou bem o personagem animado e atua com desenvoltura, inclusive na sua interface com o gato virtual Cruel - também excelentemente modelado e animado. Feito para crianças como deve ser, divertido e descompromissado.

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