23 outubro, 2011

Gigantes de Aço (Real Steel)

Desconhecia por completo a existência de Gigantes de Aço até ver um trailer poucas semanas atrás. A trama parece levemente interessante, a conhecida história do underdog, do azarão em quem ninguém acredita, feita com robôs. Depois, vejo que ele está insistentemente no topo das bilheterias da América do Norte. Calhou de nenhum dos outros filmes que me interessam estar passando no momento que tinha livre, e acabei entrando para uma grata surpresa.


Confesso que o nome de Shawn Levy me assusta. O diretor acumula comédias bobas - algumas no nível da vergonha alheia - e não parecia estar interessado em outro tipo de produção. Não sei se a iniciativa de dirigir um drama como este partiu dele ou se ele foi contratado, mas pouco importa. Ele tem aqui a sua chance de mudar o perfil, se quiser. A história, baseada em um conto da década de 50, e bem roteirizado por Joh  Gatins, tem mais elementos do que se esperava, e do que o trailer deixava aparecer.


Hugh Jackman foi uma escolha inteligente para o papel principal do ex-boxeador, atual treinador de robôs lutadores e pai ausente. Suas limitações artísticas encaixaram bem no personagem, dando mesmo uma credibilidade inesperada. A bela Evangeline Lilly, apesar de se esforçar e dar alguns sinais de boa interpretação, está no elenco simplesmente para embelezá-lo - o que, claro, ela faz muito bem. Mas, como tem sido comum no cinema norte-americano, é uma criança que rouba a cena sempre. Dakota Goyo - que apesar de compartilhar o nome com uma grande atriz mirim, é um menino - dá um baile em Jackman e preenche a tela com o talento que, aparentemente, Hollywood tem facilidade em encontrar nos pequenos. Acostumado às telas desde seus seis anos, já teve a honra de interpretar o Deus do Trovão Thor na recente adaptação, e aqui faz seu primeiro papel de destaque.

Gigantes de Aço é um drama ao mesmo tempo de superação e familiar, a história de um quase perdedor buscando seu lugar ao Sol, e de um homem aprendendo a ser pai. Bem ambientada em um futuro próximo crível - em que os robôs lutadores convivem com o cenário de prédios como os de hoje - o filme consegue focar no que é de fato interessante na trama, tomando o cuidado de não cair em muitos clichês. Como na própria história, pode ser um azarão que parte para conquistar algum destaque. Para os amantes da nova luta da moda, um ponto interessante: o motivo dos robôs boxeadores existirem é a conquista de público pelo MMA, e um bom resumo da história da luta, citando inclusive a família brasileira Gracie, foi bem inserido na trama.

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