03 janeiro, 2012

Compramos Um Zoológico (We Bought a Zoo)

Além dos blockbusters, o período de férias, especialmente o final do ano, sempre traz os famosos filmes família, normalmente histórias água com açúcar que os pais mais conservadores podem assistir com os filhos - digo mais conservadores porque a nossa geração não vai se furtar a acompanhar os filhos nas animações e filmes de herói. Compramos um Zoológico é um típico representante desse formato, mas com um tempero especial ou dois.

Primeiro, é um filme de Cameron Crowe, que desde Elizabethtown não fazia um longa - exceto o documentário The Union. Crowe não tem muitos títulos no currículo, mas seu Quase Famosos e o remake Vanilla Sky valeram o status de diretor a ser observado. Seus filmes são sempre bons, com bom tratamento de roteiro, e excelente trilha sonora - herança da sua época como repórter da Rolling Stone.

O elenco é excelente. Matt Damon, mais gordinho e maduro do que estamos acostumados, está praticamente perfeito no papel. Thomas Haden Church, como seu irmão, mais uma vez mostra que é um ator que merece mais atenção. Colin Ford faz um papel difícil, como filho de Damon, mas sai-se muito bem. Só não melhor que sua irmã no filme, a pequena Maggie Elizabeth Jones - onde, onde eles conseguem arrumar essas crianças tão talentosas, sempre? Elas crescem, mas sempre aparece outra. Maggie é praticamente a vida do filme com sua forma incrivelmente charmosa de dizer cada linha de diálogo, e suas expressões absolutamente adoráveis. E fica ainda melhor quando aparecem Scarlett Johansson, sempre linda, e Elle Fanning, ela própria uma agora ex-criança prodígio - não mais criança, mas ainda prodígio, excelente atuação. Patrick Fugit, que fez o papel principal em Quase Famosos, faz uma boa partiricação aqui. E o elenco de apoio todo está muito bem.

Mas esse não é o segundo tempero. Saber que a história é baseada em fatos reais, isso sim. Parece algo tão inusitado e inventivo que só poderia ter saído da cabeça maluca de algum cineasta, mas, com alguma romantização, claro, aquilo aconteceu. Apesar dos momentos melancólicos quando a esposa falecida do personagem principal é lembrada, é um filme divertido do início ao fim, válido mesmo para aqueles que ainda não têm os próprios filhos.

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