14 janeiro, 2012

Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows)

Todo mundo sabia, no final do primeiro filme de Guy Ritchie com Sherlock Holmes, que haveria um segundo. Aparentemente, foi uma exigência do estúdio, e inclusive adiantaram a produção de Jogo de Sombras para conseguirem manter o elenco. Guy nem mesmo teve tempo de fazer outro filme, o que é uma pena. Mas parece ter valido a pressão. Parafraseando o próprio filme, com algumas aparas ainda soltas, o resultado deste é levemente superior ao primeiro.

Novamente, se você conhece o Sherlock Holmes dos livros de Sir Arthur Conan Doyle, guarde muito pouco das personalidades e descrições físicas. Apesar das várias referências às várias histórias, o Sherlock Holmes que vemos aqui é outro personagem, quase completamente. Uma das pontas soltas, por exemplo, é a falta do Inspetor Lestrade, que sempre faz um contraponto bastante cômico com Holmes ao apresentar suas teorias diametralmente opostas à realidade que o detetive depois revelará. Ritchie, entretanto, acertou o ritmo, fazendo um interessante filme de ação, com uma edição sensacional, e um trabalho de produção primoroso. A escala cromática reforçou ainda mais os tons de cinza do primeiro, e os múltiplos indícios de um jogo de xadrez, muitas vezes ocultos, ficaram bastante bons.

Robert Downey Jr. repete seu papel com a desenvoltura de sempre, aproveitando-se das liberdades criativas dos roteiristas sobre o personagem original para imprimir comédia no tom certo. Jude Law, por sua vez, sobe também um tom, com um Dr. Watson já profundamente marcado por seu longo tempo ao lado do amigo. Três adições importantes ao elenco merecem destaque. Primeiro, Noomi Rapace, que, se você conhece, provavelmente é da versão sueca de Os Homens Que Não Amavam As Mulheres. Ela está ótima, como também está Jared Harris com seu Professor Moriarty. Mas a melhor participação vai para o sensacional Stephen Fry como Mycroft, irmão de Sherlock, também aproveitando bastante as liberdades da história para exercitar o humor.

Como o primeiro, é um filme divertido, com cenas belíssimas e bem produzidas, capaz de conquistar o público. Particularmente, senti falta de um pouco mais do Holmes detetive, com suas deduções incríveis, mas aceito que para efeito desse tipo de produção um Holmes mais ação funcione.

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